um conjunto de relações sociais historicamente determinados
31 de outubro de 2010
20 de outubro de 2010
9 de outubro de 2010
5 de setembro de 2010
18 de julho de 2010
2 de julho de 2010
25 de junho de 2010
12 de junho de 2010
3 de junho de 2010
" (...) Sorria como a moça da mesa ao lado, coloque um montinho de cabelo atrás da orelha, alongue um pouco o pescoço. Seu olhar está perdido porque pra poder estar naquela mesa ela foi matando pouco a pouco sua ferocidade. Mas ela toma chá e sorri. E você? Você mais uma vez vai voltar cheia de razão e sozinha. Cheia de tudo que não esquenta o pé. Cheia das facas enfincadas em volta do coração. Mas pensando “ainda falta o centro, ainda posso dar mais uma chance (...) ”.
16 de maio de 2010
8 de maio de 2010
23 de abril de 2010
"A Princesa adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.
Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.
Mas cada um cumpre o Destino -
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.
E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,
E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia. "
Fernando Pessoa
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.
Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.
Mas cada um cumpre o Destino -
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.
E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,
E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia. "
Fernando Pessoa
27 de fevereiro de 2010
“Lóri ligou o número de telefone:
- Não poderei ir, Ulisses, não estou bem.
Houve uma pausa. Ele afinal peguntou:
- É fisicamente que você não está bem?
Ela respondeu que não tinha nada físico. Então ele disse:
- Lóri, disse Ulisses, e de repente pareceu grave embora falasse tranqüilo, Lóri: uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora da minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, esperarei quanto tempo for preciso.”
- Não poderei ir, Ulisses, não estou bem.
Houve uma pausa. Ele afinal peguntou:
- É fisicamente que você não está bem?
Ela respondeu que não tinha nada físico. Então ele disse:
- Lóri, disse Ulisses, e de repente pareceu grave embora falasse tranqüilo, Lóri: uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora da minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, esperarei quanto tempo for preciso.”
13 de fevereiro de 2010
A unicidade do "eu" se esconde exatamente no que o ser humano tem de inimaginável. Só podemos imaginar o que é idêntico em todos os seres, o que lhes é comum. O "eu" individual é o que se distingue do geral, portanto o que não se deixa adivinhar nem calcular antecipadamente, o que precisa ser desvendado, descoberto, conquistado no outro.Milan Kundera
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