14 de novembro de 2009
2 de novembro de 2009
31 de outubro de 2009
13 de outubro de 2009
"Do outro lado da rua, mais moreno do que eu lembrava, vinha ele, o garoto mais bonito de alguma festa de meses atrás. Eu estava feia de doer, com uma sapatilha da vovó e o cabelo parecendo um calzone de vento. Quis me enfiar dentro da bolsa mas depois achei que não era nada demais, era o de sempre. Eu já tinha resolvido comigo, nos poucos e breves dias em que levemente me preocupei com isso, que ele não havia me ligado pelo mesmo motivo que levaram todos os homens que não me ligaram a não me ligar: com tanta mulher no mundo, pra que repetir a mesma? Melhor: com tanta mulher maravilhosa no mundo, pra que repetir a mesma bonitinha?
Ivan, Itan, Ilan, Ivo, Ismar, Igor? Eu não lembrava o nome do rapaz, mas lembrava que começava com “I” porque quando fui até o armário do meu banheiro e vi que não tinha mais camisinha, falei “iiiiiiiiii” e ele apareceu prontamente, achando que se tratava de um chamado íntimo.
“I” me viu e travou. Sua morenice além do que eu lembrava se fez mais branca do que eu jamais poderia imaginar. Nervoso. Começou a estraçalhar com as unhas o saquinho branco que levava na mão esquerda. Eu ia dar coisa de dois beijinhos e um tapinha no omoplata, despretensiosa e de saída, quando percebi que o rapaz, ainda que livre e lindo de doer, tinha acabado de se retesar e atrapalhar todo pelo encontro inesperado com a minha pessoinha mal vestida e pior penteada.
Porque era sábado final da tarde, ia chover, eu estava sozinha de dar medo mas não estava com nenhum, acabei falando. Saiu sem querer ou melhor: querendo mais e além de mim. Porque eu tinha almoçado gostoso com uma amiga engraçadíssima e tinha livros novos me esperando em casa. Porque eu ia dormir tarde, depois de esgotar minha nova luminária de tanto saber coisas boas. Porque, enfim, eu usava meias e grampos e estava completa demais e forte demais pra ter medo de coisa comum a todos, eu acabei perguntando.
Por que você não ligou ,“I”?
Me preparei pro velho e bom ando ocupado, ando estranho, ando esquisito, ando deprê, não ando porque me atropelaram. Mas “I” só olhou para um resto de chiclete estorricado na calçada e suspirou gorda e peludamente.
Porque você disse que eu andava como alguém que esconde que já foi gordo, ria como alguém que precisa ser aceito apesar de ter nascido muito pobre, dava linguadas no ar como um sapo querendo pescar pequenos insights para impressionar mocinhas, espremia os olhos como um míope que não aceita as próprias limitações, estalava os dedos como quem tinha perdido a hora do soco, pegava como um homem que perdia perdão por ser homem, dirigia como um ejaculador precoce, mudava as estações do rádio como um infeliz que tenta até o fim, penteava o cabelo para trás como um estilista histérico, falava devagar como um estudante fritado de tanta maconha, enfiava a mão em você como um inexperiente que odeia a ex namorada, beijava como alguém que queria dormir de tédio assim que conseguisse qualquer coisa, lambia como um peão mal educado e morrendo de calor, gemia como alguém que tenta expulsar algo dos pelos do nariz, dormia como um bebê com tromba de elefante e fazia xixi como um elefante com tromba de bebê.
“I” se foi e me deixou por alguns segundos encarando o mesmo estorricado chiclete velho da calçada. Naquele momento eu aprendi três coisas para o resto da minha vida: eu era bonita, eu era insuportável e eu era uma escritora.
O mais maluco é que fiquei feliz e vitoriosa como se tivesse acabado de ganhar uma aliança de amor eterno, seja lá o que isso quer dizer. "
9 de outubro de 2009
DELEITA-TE NO SENHOR ,E ELE TE CONCEDERÁ O DESEJO DO TEU CORAÇÃO.
ENTREGA TEU CAMINHO AO SENHOR; CONFIA NELE,E ELE TUDO FARÁ.
E ELE FARÁ SOBRESSAIR A TUA JUSTIÇA COMO A LUZ;E O TEU JUIZO,COMO O MEIO-DIA.
DENCANSA NO SENHOR E ESPERA NELE. ALELUIA!!!!
25 de setembro de 2009
18 de setembro de 2009
5 de setembro de 2009
16 de agosto de 2009
12 de agosto de 2009
Amor é quαndo αlguém te mαgoα, e você, mesmo muito mαgoαdo, não gritα, ρorque sαbe que isso fere seus sentimentos. Mαthew, 6 αnos
Amor é quαndo umα meninα colocα ρerfume e o menino colocα loção ρós-bαrbα, e eles sαem juntos e se cheirαm. Kαrl, 5 αnos
Quαndo αlguém te αmα, α formα de fαlαr seu nome é diferente. Billy, 4 αnos
Amor é quαndo você fαlα ραrα um gαroto que lindα cαmisα ele está vestindo e ele α veste todo diα. Noelle, 7 αnos
Não deveríαmos dizer eu te αmo α não ser quαndo reαlmente o sintαmos. E se sentimos, então deveríαmos exρressá-lo muitαs vezes. As ρessoαs esquecem de dizê-lo. Jessicα, 8 αnos
Amor é quαndo seu cαchorro lαmbe suα cαrα, mesmo deρois que você deixα ele sozinho o diα inteiro. Mαry Ann, 4 αnos
Quαndo você αmα αlguém, seus olhos sobem e descem e ρequenαs estrelαs sαem de você. Kαren, 7 αnos
Quαndo minhα αvó ρegou αrtrite, eℓα não ρodiα se debruçαr ραrα ρintαr αs unhαs dos dedos do ρé. Meu αvô, desde então, ρintα αs unhα ραrα eℓα. Mesmo quαndo eℓe tem αrtrite. Rebeccα, 8 αnos
Eu sei que minhα irmã mαis veℓhα me αmα, ρorque eℓα me dá todαs αs suαs rouραs veℓhαs e tem que sαir ραrα comρrαr outrαs. Lαuren, 4 αnos
Amor é como umα veℓhinhα e um veℓhinho que αindα são muito αmigos, mesmo conhecendo há muito temρo. Tommy, 6 αnos
Amor é quαndo você sαi ραrα comer e oferece suαs bαtαtinhαs fritαs, sem esρerαr que α outrα ρessoα te oferecα αs bαtαtinhαs deℓα. Chrissy, 6 αnos
Se você quer αρrender α αmαr meℓhor, você deve começαr com um αmigo que você não gostα. Nikkα, 6 αnos.
Quαndo você fαℓα ραrα αℓguém αℓgo ruim sobre você mesmo e sente medo que essα ρessoα não venhα α te αmαr ρor cαusα disso, αí você se surρreende, já que não só continuαm te αmαndo, como αgorα te αmαm mαis αindα. Sαmαnthα, 7 αnos
Amor é quαndo mαmãe vê o ραραi suαdo e mαℓ cheiroso e αindα fαℓα que eℓe é mαis bonito que o Robert Redford. Chris, 8 αnos
Amor é se αbrαçαr, αmor é se beijαr, αmor é dizer não. Nαtty, 8 αnos
Deus ρoderiα ter dito ραℓαvrαs mágicαs ραrα que os ρregos cαíssem do crucifixo, mαs eℓe não disse isso. Isso é αmor. Mαx, 5 αnos
10 de agosto de 2009
"Era uma vez, numa terra muito distante, uma linda princesa independente e cheia de auto-estima que, enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo estava de acordo com as conformidades ecológicas, se deparou com uma rã.
Então, a rã pulou para o seu colo e disse: -Linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito. Mas uma bruxa má lançou-me um encanto e eu transformei-me nesta rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir um lar feliz no teu lindo castelo. A minha mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavarias as minhas roupas, criarias os nossos filhos e viveríamos felizes para sempre…
E então, naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã à sautée, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria e pensava:
-Nem fo…den…do!"
30 de julho de 2009
12 de julho de 2009
Já que André achou melhor rachar a conta, Sabrina resolveu que não transaria com ele. Isso, claro, não foi assim tão claro. Sabrina, já que André rachou a conta, botou a culpa na botinha de André, que era ridícula. Teve sua parcela de azedamento também o cd de novela que a mãe de André deixou no rádio do Corsinha vermelho de vidros escuros e André nem percebeu, mas cantarolou a estrofe que falava alguma coisa de amor.
Enquanto André contava alguma coisa sobre seu chefe não ter poder nenhum quando o assunto era a pelada da firma, Sabrina fazia uma conta matemática em sua cabeça. E estava chocada. Ela tinha gasto quase quatrocentos paus para estar ali, naquele momento, com o André. Pra quem ela não daria nem a pau.
Foram setenta reais do corte de cabelo, oitenta e cinco da depilação de axilas, meia perna, virilha e buço. Cento e quinze da roupa nova, vinte e três e oitenta pra arrumar o solado da bota velha. Vinte reais de escova. Vinte e nove e noventa no batom que se dizia importado. E cinquenta da conta que ela tinha acabado de rachar.
O André só vestiu a mesma camisa que usava pra trabalhar quando tinha reunião com os diretores da outra filial, a calça que usa na balada já há uns bons dois anos e a botinha ridícula dessas que vemos em anúncios com alguma montanha ao fundo e sacadinhas de publicitários de cabelo espetado e blazer com camiseta da banca de camisetas do tipo “ao invés da sua sogra, diga oi para uma cobra de verdade”. Fora os cinquenta reais e oitenta centavos (ele deixou a garçonete passar os centavos pra conta dele e, se sentindo cavalheiro por isso, ainda esticou as mãos para encontrar as de Sabrina) da conta rachada, ele estava ali, simplesmente com a estupidez nata que Deus lhe deu. Nenhum esforço, nem pra manter o papo num nível mais elevado que sua pífia situação financeira. Talvez com a melhor cueca e o melhor par de mais. Mas Sabrina sabia, o André não faria sexo essa noite. Ele não faria não. Ah, não faria. Não com ela e sua vagina lindamente depilada. Muito menos beijaria sua boquinha de batom importado e desbigodada por quinze reais.
Sabrina não era uma putinha. Sabrina tinha namorado nove anos com seu melhor amigo de infância, um cara sem grana e também com péssimo gosto para sapatos e trilha sonora. Sabrina era louca por esse cara, louca. Ela sabia amar pobres e rachar contas e perdoar gostos duvidosos. Mas o André, por alguma razão, Sabrina não sabia bem qual era, não transaria com ela hoje. Talvez porque ele tivesse rachado a conta num dia errado. Tem dia pra rachar conta. E hoje era um dia muito errado.
O problema é que Sabrina não fazia sexo há um anos e três meses. Desde que o Cleiton, seu melhor amigo de infância, depois de nove anos falando em casamento, resolveu terminar tudo faltando três semanas pro cheque do bem-casado com ovos orgânicos cair. E Sabrina precisava fazer sexo, ela estava batendo punheta com a Bandeirantes. Ela precisava. E André, de tudo que lhe apareceu nesses longos e infinitos dias de solidão e sofrimento e secura, era o menos pior. Pelo menos ele a buscava em casa e borrifava perfume no moletom. Os outros, nem isso.
Começou então uma briga ferrenha no interior da existência de Sabrina. Seu corpo, cansado de não sentir nada lhe apertar além do elástico da calcinha, queria o André, mas algo ainda mais primitivo que qualquer desejo sexual, o afastava. A mulher tem uma coisa dentro de si, algo grosseiro, primário, estupidamente natural. Algo que é como uma voz. Algo que fica entre o hipotálamo e o cu. Uma voz que diz: esse sim, minha filha. Pode abrir as pernas. Esse não. Por mais pirotecnias financeiras ou existencialistas que um homem faça, quem decide a umidade de uma fêmea é essa voz. E o cacete da voz, dizia, apesar das súplicas da periquita depilada de Sabrina: esse, minha filha, não. Esse nem fodendo.
Sabrina colocou seus dois desejos no sofá e sentou no meio. Chega de chute e ponta pé. Eu quero que a vida seja boa pra vocês dois. Igualmente. O sexo precisa de algum motivo, pra não sermos bichos. E os motivos precisam descer de seus andares altíssimos e inalcançáveis, pra que a gente possa se divertir, ainda que um pouco, de vez em quando. E o trato foi: alguma coisa, Sabrina. Esse filha da puta do André pode te comer, mas alguma coisa esse filha da puta tem que fazer antes.
Sabrina lembrou então do seu aparelho de DVD, que ela comprou no final do seu noivado com o Cleiton, quando tinha decidido passar dez anos vendo filmes e nunca mais vivendo de verdade. Ainda na caixa. Ela não sabia instalar. E perguntou se André poderia. Se ele poderia. Ela sabia que não tinha cabimento pedir isso num sábado, três da manhã. Mas ela realmente precisava daquele DVD. Como ela precisava. Há um ano e dois ou três ou sete meses. Afinal, nos meses finais o Cleiton, tenso com o cheque do bem-casado, não ficava mais de pau duro. Então, por favor, André. Mulher só dá como troca e eu preciso dar. Mas antes, preciso calar essa vozinha aqui, que não quer dar pra você. Você não sabe isso seu moleque suburbano idiota? Rachar a conta, que coisa mais feia. Bucetinha é moeda de troca. Ou você bem paga, ou você bem tem o melhor papo do século, ou você bem instala a porra do DVD. Já que você não pagou nada e está há duas horas falando do seu chefe e da pelada das quartas-feiras. Então, André, rola instalar meu DVD?
André, também por instinto, diz que sim. Homem no fundo sabe como é ser homem, só faz que esquece porque às vezes, Sabrina sabe, deve cansar demais ser homem. Se cansa esperar o salvador da pátria, imagina o que não deve cansar ser o tal do salvador. Ou vai ver que é só porque realmente deve ser difícil mesmo ganhar mil e duzentos reais por mês, com descontos, colocar gasolina no Corsinha da mãe e buscar Sabrina que mora onde os taxistas só sabem chegar porque é onde fica a casa da tia solteirona deles. André era o melhor que tinha aparecido desde Cleiton, que era um bosta. A vida é dura.
André não consegue instalar o DVD, o manual tava em espanhol e ele até achou que entendia, mas não entendia não. Sabrina mostra só os peitos.
6 de julho de 2009
1 de julho de 2009
30 de junho de 2009
28 de junho de 2009
enfim, se você estiver por aí, bem disposto, por favor passa aqui em casa e me leva pro resto da minha vida?
22 de junho de 2009
19 de junho de 2009
16 de junho de 2009
11 de junho de 2009
3 de junho de 2009
Sabem porque Romeu e Julieta são ícones do amor? São falados e lembrados, atravessaram os séculos incólumes no tempo, se instalando no mundo de hoje como casal modelo de amor eterno?
Porque morreram e não tiveram tempo de passar pelas adversidades que os relacionamentos estão sujeitos pela vida afora. Senão provavelmente Romeu estaria hoje com a Manoela e Julieta com o Ricardão.
Romeu nunca traiu a Julieta numa balada com uma loira linda e siliconada motivado pelo impulso do álcool.
Julieta nunca ficou 5 horas seguidas esperando Romeu ,fumando um cigarro atrás do outro, ligando incessantemente para o celular dele que estava desligado.
Romeu não disse para Julieta que a amava, que ela especial e depois sumiu por semanas. Julieta não teve a oportunidade de mostrar para ele o quanto ficava insuportável na TPM.
Romeu não saia sexta feira a noite para jogar futebol com os amigos e só voltava as 6:00 da manhã bêbado e com um sutiã perdido no meio da jaqueta (que não era da Julieta). Julieta não teve filhos, engordou, ficou cheia de estrias e celulite e histérica com muita coisa para fazer.
Romeu não disse para Julieta que precisava de um tempo, que estava confuso, querendo na verdade curtir a vida e que ainda era muito novo para se envolver definitivamente com alguém. Julieta não tinha um ex-namorado em quem ela sempre pensava ficando por horas distante, deixando Romeu com a pulga atrás da orelha.
Romeu nunca deixou de mandar flores para Julieta no dia dos namorados alegando estar sem dinheiro. Julieta nunca tomou um porre fenomenal e num momento de descontrole bateu na cara do Romeu no meio de um bar lotado.
Romeu nunca duvidou da virgindade da Julieta. Julieta nunca ficou com o melhor amigo de Romeu.
Romeu nunca foi numa despedida de solteiro com os amigos num prostíbulo.
Julieta nunca teve uma crise de ciúme achando que Romeu estava dando mole para uma amiga dela.
Romeu nunca disse para Julieta que na verdade só queria sexo e não um relacionamento sério, ela deve ter confundido as coisas. Julieta nunca cortou dois dedos de cabelo e depois teve uma crise porque Romeu não percebeu a mudança.
Romeu não tinha uma ex- mulher que infernizava a vida da Julieta.
Julieta nunca disse que estava com dor de cabeça e virou para o lado e dormiu.
Romeu nunca chegou para buscar a Julieta com uma camisa xadrez horrível de manga curta e um sapato para lá de ultrapassado, deixando- a sem saber onde enfiar a cara de vergonha...
Por essas e por outras que eles morreram se amando...
29 de maio de 2009
24 de maio de 2009

18 de maio de 2009
14 de maio de 2009
13 de maio de 2009
Christopher Johnson McCandless nasceu em 1968 e cresceu no estado da Virginia, EUA. Filho de um engenheiro da NASA, ele sempre se destacou por sua habilidade atlética e um certo isolamento, que se traduziu num crescente descontentamento com a situação social nos EUA. Em 1990, inspirado pelos trabalhos de escritores como Jack London, Leon Tolstoi e Henry David Thoreau, largou tudo após concluir a universidade, doou suas economias para a caridade e se tornou um andarilho, assumindo a alcunha de Alexander Supertramp. Viajou pelos EUA, alternando períodos na estrada e trabalhos temporários. Sua peregrinação culminou em uma viagem para o Alasca, onde pretendia viver da terra em um estado de isolamento e contemplação.
9 de maio de 2009
7 de maio de 2009
3 de maio de 2009
Semana passada ouvi de um grande amigo uma grande verdade: “Chega uma hora na vida que você tem que abrir mão do selvagem dentro de você para manter amigos, empregos e constituir família. Ou você pode escolher ser um louco e viver sozinho.”
No meu último emprego, quando pedi demissão, ouvi do meu chefe, também um grande homem em raras ocasiões: “Toda essa sua mania de ser louquinha e falar o que pensa, só vai te garantir um emprego fixo: banda de rock.”
Acho que todos têm razão. E venho tentando, com orações dadas pela minha mãe desesperada com meu jeitinho nada meigo, yoga, terapia, sexo, pilates, mantras e muita conversa com amigos em geral, ser uma pessoa mais equilibrada.
Uma amiga me disse: “Quem briga por tudo e quer medir poder com todo mundo, na verdade está tentando provar que não é um bosta, tá brigando consigo mesmo”.
Pura verdade, quando minha auto-estima está em suas piores fases, é aí que a coisa pega: fico com mania de perseguição, acho que tá todo mundo querendo foder comigo, que existe um complô universal contra a minha frágil pessoa. Meu ataque nada mais é do que a defesa amedrontada de uma menina boba.
Mas a verdade é que eu odeio o equilíbrio. Porra, se eu tô puta, eu tô puta! Se eu tô com ciúme, não vou sorrir amarelo e mostrar controle porque preciso parecer forte e bem resolvida. Se o filho da puta que senta do meu lado é um filho da puta, eu não vou fazer política da boa vizinhança, eu vou mais é berrar e libertar essa verdade de dentro do meu fígado: você é um grandessíssimo filho de uma puta! Se a vaca da catraca do teatro me tratou mal, eu vou mais é falar mesmo que ela é uma horrorosa que não vê pica há anos, ou melhor, que a última pica que viu foi do padrasto que a estuprou!
O sangue ferve aqui dentro, e eu não tô a fim de transformá-lo num falso líquido rosa que um dia vai me dar um câncer. Eu não tô a fim de contar até 100, eu quero espancar a porta do elevador se ele demorar mais dois segundos, quero morder o puto do meu namorado que apenas sorri seguro enquanto eu me desfaço em desesperos porque amar dói pra caralho, quero colocar TODAS as pessoas do meu trabalho que falam “Fala, floRRRR!” ou “Precisamos disso ASAP” numa câmera de gás peristáltico.
Eu sou antipática mesmo, o mundo tá cheio de gente brega e limitada e é um direito meu não querer olhar na cara delas, não tô fazendo mal a ninguém, só tô fazendo bem a mim. Minha terapeuta fala que eu preciso descobrir as outras Tatis: a Tati amiga, a Tati simpática, a Tati meiga, a Tati que respira, a Tati que pensa, a Tati que não caga em tudo porque deixou a imbecil da Tati de cinco anos tomar as rédeas da situação.
Ela tem razão, mas é tão difícil ver todos vocês acordando de manhã sem nada na alma, é tão difícil ver todos os casais que só sobrevivem na cola de outros casais que só sobrevivem na cola de outros casais, é praticamente impossível aceitar que as contas do final do mês valham a minha bunda sentada mais de 8 horas por dia pensando o quanto eu odeio essa gente que se acha “super” mas não passa de vendedor de sabonete ambulante.
É tão difícil ser mocinha maquiada em vestido novo e sapato bico fino quando tudo o que eu queria era rasgar todos os enfeites e cagar de quatro no meio da pista enquanto as tias chifrudas bebem para esquecer as dúvidas ao som de “Love is in the air”.
Parem de sorrir automaticamente para tudo, humanos filhos da puta, admitam que vocês não fazem a menor idéia do que fazem aqui. Admitam a dor de estar feio, e admitam que estar bonito não adianta porra nenhuma.
Eu já me senti um lixo de pijama com remela nos olhos, mas nunca foi um lixo maior do que me senti gastando meu dinheiro numa bosta de salão de beleza enquanto crianças são jogadas em latas de lixo porque a total miséria transforma qualquer filho de Deus em algo abaixo do animal.
Mas eu não faço nada, eu continuo querendo usar uma merda de roupinha da moda numa merda de festinha da moda no meio de um monte de merdas que se parecem comigo. Eu quero feder tanto quanto eles para ser bem aceita porque, quando você faz parte de um grupo, a dor se equilibra porque se nivela.
E eu continua perdida, sozinha, achando tudo falso e banal. Acordando com ressaca de vida medíocre todos os dias da minha vida.
Grande merda de vida, você muda a estação do rádio para não reparar que a menina de dez anos parada ao lado do seu carro, já tem malícia, mas não tem sapatos. Você dá mais um gole no frisante para não reparar que a moça da mesa ao lado gostou do seu namorado, e ele, como qualquer imperfeito ser humano normal, gostou dela ter gostado.
Você disfarça, a vida toda você disfarça. Para não parecer fraco, para não parecer louco, para não aparecer demais e poder ser alvo de crítica, para ter com quem comer pizza no domingo, para ter com quem trepar na sexta à noite, para ter quem te pague a roupa nova e te faça sentir um bosta e para quem te pede socorro, você disfarça cegueira.
Você passa a vida cego para poder viver. Porque enxergar tudo de verdade dói demais e enlouquece, e louco acaba sozinho. Vão querer te encarcerar numa sala escura e vazia, ninguém quer ter um conhecido maluco que lembra você o tempo todo da angústia da verdade e de ter nascido. Você passa a vida cego, mentindo, fingindo, teatralizando o personagem que sempre vence, que sempre controla, que sempre se resguarda e nunca abre a portinha da alma para o mundo. Só que a sua portinha um dia vira pó, e você morre sem nunca ter vivido, e você deixa de existir sem nunca ter sido notado. Você é mais uma cara produzida na foto de mais uma festa produzida, é um coadjuvante feliz dessa palhaçada de teatro que é a vida.
Você aceitou tudo, você trocou as incertezas da sua alma pelas incertezas da moça da novela, porque ver os problemas em outros seres irreais é muito mais fácil e leve, além do que, novela dá sono e você não morre de insônia antes de dormir (porque antes de dormir é a hora perfeita para sentir o soco no estômago).
Você aceita a vida, porque é o que a gente acaba fazendo para não se matar ou não matar todos os imbecis que escutam você reclamar horas sem fim das incertezas do mundo e respondem sem maiores profundidades: relaaaaaaaaaaaaaxa!
Eu não vou fumar, eu não vou cheirar, eu não vou beber, eu não vou engolir, eu não vou fugir de querer me encontrar, de saber que merda é essa que me entristece tanto, de achar um sentido para eu não ser parte desse rebanho podre que se auto-protege e não sabe nem ao certo do quê. Eu não vou relaxaaaaaaaaaaaaaaaaaar.
A única verdade que me cala um pouco e, vez ou outra, me transforma em alguém estupidamente normal é que virar um louco selvagem que fala o que pensa, sem amigos e sem namorados, só é legal se você tiver alguém pra contar o quanto você é foda no final do dia.
2 de maio de 2009
1 de maio de 2009
30 de abril de 2009
24 de abril de 2009
21 de abril de 2009
18 de abril de 2009
16 de abril de 2009
Ah, que linda namorada
Você poderia ser
Se quiser ser somente minha
Exatamente essa coisinha
Essa coisa toda minha
Que ninguém mais pode ser
Você tem que me fazer um juramento
De só ter um pensamento
Ser só minha até morrer
E também de não perder esse jeitinho
De falar devagarinho
Essas histórias de você
E de repente me fazer muito carinho
E chorar bem de mansinho
Sem ninguém saber por quê
Porém, se mais do que minha namorada
Você quer ser minha amada
Minha amada, mas amada pra valer
Aquela amada pelo amor predestinada
Sem a qual a vida é nada
Sem a qual se quer morrer
Você tem que vir comigo em meu caminho
E talvez o meu caminho seja triste pra você
Os seus olhos têm que ser só dos meus olhos
Os seus braços o meu ninho
No silêncio de depois
E você tem que ser a estrela derradeira
Minha amiga e companheira
No infinito de nós dois.
14 de abril de 2009

" ... fiquei cansado de tentar ficar longe de voce ... "
" ... Voltarei tão rápido que você não terá tempo de sentir minha falta. Cuide de meu coração - Ele ficou com você ..."
13 de abril de 2009
10 de abril de 2009
3 de abril de 2009
Havia um cego sentado na calçada em Paris,com um boné a seus pés e um pedaço de madeira que,escrito com giz branco,dizia:
"Por favor,ajude-me, sou cego"
Um publicitário,parou e viu umas poucas moedas no boné.Sem pedir licença,pegou o cartaz e o giz, e escreveu outro anúncio e foi embora.
Mais tarde o publicitário voltou a passar em frente ao cego.Agora,o seu boné estava cheio de moedas.O cego reconheceu as pisadas e lhe perguntou se havia sido ele quem reescreveu seu cartaz,querendo saber o que havia escrito ali.
O publicitário disse:
- Nada que não esteja de acordo com o seu anúncio,mas com outras palavras"
Sorriu e continuou seu caminho.O cego nunca soube, mas seu novo cartaz dizia:
"Hoje é Primavera em Paris e eu não posso vê-la"
22 de março de 2009
18 de março de 2009
Eu tenho, você tem e eu duvido que aquele cara ajoelhado na frente do santo ou aquela mulher descalça numa ciranda de umbanda não tenham: ódio. E eu não sou só isso, eu não sou assim o tempo todo, eu não me baseio nisso. Mas, sim, eu odeio, e como. E a cada dia eu odeio mais conscientemente, a cada ano eu odeio mais especificamente e a cada noção da vida eu odeio mais verdadeiramente. Eu odeio que encostem o cotovelo, a bunda ou uma cerveja molhada em mim enquanto eu tento encontrar um espaço para dançar. Eu odeio que encostem em mim, odeio a pele de um desconhecido indesejado. Odeio homens com camisetinhas justas e colares. Odeio garotas de nariz empinado em suas calças que de tão apertadas fedem corrimento. Odeio meninas ensebadas que mexem demais no cabelo e olham para os lados com vergonha da própria existência. Odeio homens que olham para bundas como se admirassem uma carne pendurada no açougue e odeio mais ainda quando fazem bico e aquele sim com a cabeça, tipo "concordo com o mundo que ela é muito gostosa". E se ele fizer aquela chupada pra dentro do tipo "hmmmmm delícia" já é algo que ultrapassa os limites do meu ódio. Bater o dedinho do pé na quina, futebol pelo rádio, pessoas felizes demais, bocejos, mania de batuques (sim, foi para você), cigarro enquanto eu tô comendo (ou a qualquer hora), mau atendimento em restaurante (ou em qualquer lugar) e pessoas que não sabem chupar laranja ou tomar sopa sem sonoridades.Odeio quem ignora a necessidade do desodorante, do retoque na raiz preta e da hora de parar com a comida. Odeio que faça sol se preciso de uma desculpa para não sair de casa. Odeio chuva se tenho roupas novas de verão. Odeio amigas que fazem sexo anal e me contam e eu passo o resto da vida sentindo um cheiro ruim quando encontro com elas. Flanelinhas, patricinhas, nominhos carinhosos para o namoradinho e frases carinhosas para o namoradinho no diminutivo. Odeio não ter um filho da puta nesta terra que sirva para meu namorado. Odeio mau hálito e mais ainda o fato de que justamente as pessoas podres são aquelas que falam mais baixo e nos obrigam a ter que chegar perto. Eu odeio machismo, submissão e mais do que tudo isso ter que ser forte o tempo todo e não ter um ombro másculo para chorar até minha última gota desamparada.Eu odeio com toda a força do meu ódio o telemarketing e que me chamem de "senhora Tatiana" duzentas vezes por minuto. Eu odeio quando ligo no banco para saber o quanto estou negativa e a puta computadorizada me oferece algum superproduto premiado. (Eu estou negativa porra! Como vou investir? E meu nome é Tatianeeeeeeee odeio meu nome mas é meu). Odeio todas as meninas bonitas do ginásio que já tinham peitos e bundas naquela época e hoje provavelmente devem estar caídas e usadas. Odeio o professor Nicola que me mandou calar a boca porque era um lixo de professor mas queria aparecer. Odeio muito mais do que telemarketing que empurrem a minha cabeça para fazer sexo oral: a chupetinha comandada! Vai abaixar a cabeça da sua mãe, seu filho da puta! E vê se aprende logo que não precisa enfiar a língua lá no fundo e fazer aquela cara de nojo, lambe o clitóris e mostre que você sabe mais do que quem foi o campeão do Brasileirão de 89. Odeio homossexuais enrustidos que usam a desculpa para não pegar uma mulher "ah, eu só pego de modelo pra cima". Odeio homens.Toques de celular personalizados, tatuagem tribal e a nova moda das atrizes-modelos-manequins de tatuar as inicias do namorado da semana. Odeio bolsas Louis Vuitton, elas são feias e caras e quem usa é a típica lânguida que eu odeio, de rosto fino, cabelo fino e cérebro fino do fino shopping Iguatemi. Odeio bunda muito grande porque bunda muito grande é coisa de pobre. Odeio minha bunda ser pequena e eu ser pobre. Odeio todas as bandas de rock que se parecem, as músicas de negro que se parecem e as meninas da Faria Lima que se parecem. Odeio ter vontade de fazer cocô logo depois que eu tomei banho. Odeio o fim do sexo com aquela lambuzeira toda, odeio o meio do sexo porque minha cabeça quase sempre está em outro lugar e eu quase sempre finjo orgasmo. Odeio quando amo o sexo e o filho da puta some e eu passo mais um tempão para gostar de sexo de novo.Odeio pessoas muito oleosas, muito peludas, muito suadas e acima de tudo meninas que cheiram a lavandas e gostam de adesivos de ursinho. Odeio as pessoas que eu amo muito, tipo minha mãe. Odeio que me mandem falar mais baixo e odeio que falem alto. Odeio que me olhem e que não me vejam. Odeio pentelho na minha garganta. Odeio comerciais com crianças vestidas de branco correndo no campo com flores amarelas, aquele japonezinho que faz cocô e aperta o tirador de fedor do banheiro e odeio muito, mas muito, mas muito mesmo, as lojas Marabrás Odeio bijuteria dourada mais do que qualquer telemarketing ou chupadinha comandada. Odeio brilho em vestidos... agora, cascata de neon em formatura está acima dos meus poderes em odiar.Odeio quem comemora porque passou numa faculdade que meu primo de 8 anos passaria e quem diz "peguei a mina". "Pega no meu pau, muleque!" Odeio bolsa de couro sintético combinando com o sapato de couro sintético (se as fivelas combinarem eu posso enfartar a qualquer momento). Odeio quem comemora o aniversário no rodízio de pizza do Viena e quem não pode perder o novo filme do Ben Affleck. Odeio numa proporção assustadora o Outback do Shopping Eldorado. (Se você vai num restaurante de shopping vagabundo com um nome industrializado sem charme desses e ainda acha divertido escorregar na gordura do chão não leia meus textos, por favor.)Odeio os Estados Unidos mas odeio muito mais o fato de a gente ter sangue europeu mas ficar imitando esses estúpidos, que também têm sangue europeu mas são estúpidos por herança criada. Odeio a frase "eu vou no super, comprar umas cervas para o churras". Odeio cariocas que se acham superiores só por causa da praia mas vêm ganhar dinheiro aqui. Odeio cariocas que se acham fodas porque já saíram com alguma atriz da Globo e todos já saíram. Odeio a vontade que eu sinto de rebolar quando escuto aquela imbecil da Britney Spears, odeio ter chorado no Titanic e odeio assistir Celebrity Profile pra saber o que a Pamela Anderson faz além de ter dor nas costas (porque não deve ser fácil carregar duas jacas diariamente). Mas eu assisto.Odeio quem passa o dia no shopping com a família, churrascaria com aquele desfile de bichinhos mortos, principalmente porque você está lá tranqüilamente comendo e vem alguém com um espeto (que é grosseiramente imposto ao seu lado), te espirra sangue, fala um nome idiota e você nunca sabe exatamente de que parte se trata.Odeio homem que arrota aquele assoprinho que precede a explosão do chopp, sabe? Odeio com cada célula do meu corpo os "moke-up" de sobremesa em lojas de doces e alguns restaurantes. Odeio quem casa virgem, odeio quem chega em casa depois de uns malhos no carro e enfia o dedo no meio das pernas porque tava louca para dar mas "ele ia me achar muito fácil". Mas eu também odeio mulher que sai dando pra meio mundo e perde o mistério. Sei lá, essa coisa toda de dar vai ser sempre uma dúvida. Odeio dúvidas.Odeio meninas caçadoras de homens ricos mas odeio sair com um cara que está tentando começar um relacionamento e ter que rachar a conta, seria mais simpático me deixar pagar a conta toda. Rachar é péssimo. Odeio aquele filme da loira e da morena do David Lynch (, odeio as pessoas que não entendem que Felicidade veio antes de Beleza Americana e odeio quem odeia o Woody Allen.Dividir banheiro, pêlo alheio em sabonete, acordar cedo e meninas adolescentes peruas com voz de pato. Odeio gordinhas que dizem "é que eu tenho a estrutura óssea larga" e dá-lhe brigadeiro em frente à televisão. Odeio aquele velho filho da puta me olhando na mesa ao lado, com três crianças penduradas no pescoço e uma mulher com culote comendo abacaxi para ajudar na digestão do javali. Odeio a típica família e suas árvores de Natal cheias de rancor, e os doces das tias cheias de rancor, e as crianças lindas correndo querendo que o priminho morra porque ganhou mais brinquedos. Odeio o tapinha dos homens e o beijinho em falso das mulheres. Prefiro virar a cara, prefiro cuspir, prefiro odiar, quando eu era criança sonhava todas as noites que arrancava os olhos de todo mundo e só eu podia enxergar o quanto era feio eu ser como sou."
5 de março de 2009
2 de março de 2009
Se existe alguém que pode falar o que vou falar para você, sou eu. Então, por favor, tenha a humildade de admitir que sei o que estou falando. Pois o que eu te direi é duro, mas poderá te fazer um bem enorme.
Chega. Chega de se comportar assim. Como se estivesse lutando pelo posto de rainha da bateria. De Miss Maravilha do Mundo. Basta de ataques, dessa competividade suburbana - eu sou a melhor, eu sou a mais alta, eu sou a mais gostosa do pedaço. Ninguém tá ligando a mínima se você corre 10 quilômetros ou se aplicou Botox nessa sua testa sem expressão. Ou se você é assim porque ainda não passa de uma menininha que quer ser mais perfeita do que a mãe, conquistar o amor do pai e ser a primeira da classe. Esse teu afã psicopata de vencer todas as paradas só te deixa ridícula. E me faz querer usar um termo que odeio: coisa de mulherzinha. Mulherzinha é que tem essa mania de estar sempre desconfiada das amigas, porque todas teriam inveja do seu corpão e do seu cabelão estilo falso-loiro-natural-cinco-tons. Lamento informar, querida, que ninguém sente inveja de você. Por isso, chega de dizer por aí que, para não atrair olho grande, é bom ficar de bico fechado sobre a tal possível promoção que você terá no trabalho. Relaxa, ninguém está a fim de ser você. Tente, portanto, ser você com mais leveza. E lembre-se: esse negócio de dizer que não se pode confiar em mulheres só comprova que você é uma pessoa maliciosa. Sendo que isso está longe de ser porque você é fêmea.
Quando vejo você tagarelando sobre seus feitos sexuais, sinto-me num filme ruim sobre ginasianas americanas. Todas fanhas e excitadas. Chega, tá? De azucrinar os outros com essa sua boca-genital lambuzada de gloss, cuspindo baixos-clichês, simulando uma modernidade que você não tem. Nunca mais caia no ridículo de fazer "sexo casual" com nenhum tipo de homem, mais velho ou mais novo, casado ou solteiro, porque todo mundo já sabe que você finge tudo. Que goza, que não se sente fácil, que não liga quando os caras não telefonam no dia seguinte. Seja honesta uma vez na vida: confesse. Que você não é tão wild quanto se vende. Que não sabe falar tão bem inglês assim. Que fez escova progressiva. Que tem dermatite. E enfim você terá alguma paz, pois se reconhece humana, e não a barbie boba que você procura ser. Acredite: idiotice só te faz charmosa para os cafajestes. Se continuar assim, nunca vai aparecer aquele cara bacana que você gostaria que aparecesse; para lutar por você, até te conquistar, e destruir essa tua linda silhueta com uma gestação de 15 quilos.
É triste, amiga Mulherzinha, mas você terá que abrir mão da máscara de rímel que cobre a sua verdade.
26 de fevereiro de 2009
17 de fevereiro de 2009
Tenho tudo quanto quero.
Não quero o êxtase nem os tormentos.
Não quero o que a terra só dá com trabalho.
As dádivas dos anjos são inaproveitáveis:
Os anjos não compreendem os homens.
Não quero amar,
Não quero ser amado.
Não quero combater,
Não quero ser soldado.
- quero a delícia de poder sentir as coisas mais simples'
10 de fevereiro de 2009
8 de fevereiro de 2009
6 de fevereiro de 2009
2 de fevereiro de 2009
31 de janeiro de 2009
28 de janeiro de 2009
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
Se é tão formosa a Luz, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,
Na formosura não se dê constancia,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
10 de janeiro de 2009
9 de janeiro de 2009
5 de janeiro de 2009
Ps: e se for você, eu me contento com um banho de mangueira (no lugar da banheira) e creme de aveia Davene. Se for você esqueça tudo."