29 de setembro de 2008


" (...)Esse é o grandedestino do homem: remover os escombros criados pelo ódio e partir de novo, no vento da liberdade, para a frente e para cima. Que venham os tiranos, que o prendam e torturem, que caiam do céu bolas de fogo - e ele levanta-se, roto e ensanguentado, e com a força que lhe dá a vida parte uma vez mais, em direção à liberdade. Vai favelado, meu pobre irmão dos morros, ergue novos barracos de lama e podridão na perigosa vertente das favelas, recomeça tua vida de música e miséria, e depois toma umas cachaças e cai no samba. Carnaval vem aí, pra te fazer esquecer teu destino de lama. Ele é tua liberdade de três dias, até que recomeces a trabalhar, a roubar, a matar, a procriar na lama. Tens mais um ano a tua frente. Aproveita bem desse privilégio, porque ninguém pode prever se até o próximo verãouma nova frente fria vinda da Patagônia nao vai encontrar uma grande formação cumulus-nimbus (ou será que estou dizendo bobagem, senhores metereologistas?) e a cólera de Deus não vai querer cooperar com a obra de extinção sumária das favelas, tão ao agrado de certos arianos cariocas..."

(Hino do carioca- Vinicius de Moraes)

28 de setembro de 2008

é, eu confesso que não é exatamente a realidade que eu esperava encontrar.

"It's always the same
Coffe and change
But I'll come back to you someday
So close, so far
So other world ...
But I'll come back to you" ♫

27 de setembro de 2008

“Sumi porque só faço besteira em sua presença, fico mudo quando deveria verbalizar, digo um absurdo atrás do outro quando melhor seria silenciar, faço brincadeiras de mau gosto e sofro antes, durante e depois de te encontrar.Sumi porque não há futuro e isso não é o mais difícil de lidar, pior é não ter presente e o passado ser mais fluido que o ar. Sumi porque não há o que se possa resgatar, meu sumiço é covarde mas atento, meio fajuto meio autêntico, sumi porque sumir é um jogo de paciência, ausentar-se é risco e sapiência, pareço desinteressado, mas sumi para estar para sempre do seu lado, a saudade fará mais por nós dois que nosso amor e sua desajeitada e irrefletida permanência.”
"Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo...
Isto é carência!
Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar...
Isto é saudade!
Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos...
Isto é equilíbrio!
Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente para que revejamos a nossa vida...
Isto é um princípio da natureza!Solidão não é um vazio de gente ao nosso lado...
Isto é circunstância!
Solidão é muito mais do que isto!
Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma!"
(Chico Buarque de Holanda)
Mas não me leve a sério, sei que nada é definitivo. Nem eu sou o que penso que eu sou. Nem nós o que a gente pensa que tem.

26 de setembro de 2008

Todos os seres e pessoas do universo
emitem vibrações, e essas vibrações vagam
pelo espaço até que encontrem
uma vibração gêmea, estabelecendo assim
uma SINTONIA.
Não sei direito o que é isso que eu sinto por você. Mas como é maravilhoso fumar você, cheirar você, tomar você, injetar você. Calar a boca. Sei que é por pouco tempo. Somos plantas diferentes. Pássaros diferentes. Estamos experimentando nossos mundos tão excêntricos. Muito em breve vamos nos afastar com a intensidade de opostos tão óbvios. (...) Mas por agora. Me dá mais um pouco desse cala a boca, vai. Vai lá dentro do chalé, vai. Coloca o shortinho. O chinelo verde. Me pergunta uma daquelas coisas para eu dar uma daquelas respostas que você morre de rir. Me deixa pirar no seu céu da boca escancarado. Você se joga pra trás. E só porque você e o mundo inteiro têm certeza do quanto você é lindo, você faz questão de sempre se largar no mundo. É a liberdade que só tem quem é infinitamente lindo ou infinitamente feio. Você é livre do mais ou menos e isso me enche de algo que me faz querer cantar pra sua beleza. Eu sou mais ou menos mas nesse segundo, já que comprei sua beleza, sou a mulher mais linda do mundo. Vai, passeia no meu carrinho de supermercado. Me deixa ser linda vestindo você. Entra em mim e me enche da sua vida fácil. Outro dia me peguei pensando um absurdo que me fez feliz. É triste, mas me fez feliz. Pensei se isso que você faz, de ficar horas comigo depois de ter ficado horas comigo. Se isso é algum tipo de caridade sua. Porque, veja bem. Somos plantas e pássaros diferentes. Eu sou a bonitinha que lê uns livros e vê uns filmes. Você é essa força absoluta e avassaladora que jamais precisará abrir a boca para impor sua vitória. Você coloca aquele moletom cinza com dizeres do surf e eu experimento um guarda-roupas inteiro pra ficar à sua altura. Você é essa força da natureza que deu certo. Eu gasto metade do meu salário pra me sentir como você deve se sentir escovando os dentes. Pra me sentir cabendo no mundo que deu certo. Abaixa esse queixo menino. Abaixa esse nariz. Anda rastejando com esse chinelo verde e o queixo no alto. Você sabe que é superior. Você sabe que pode fazer tudo devagar, o mundo te espera. O resto é platéia. Você sabe que faz as pessoas tremerem a voz. Você sabe que deixa apenas duas escolhas pras pessoas: te idolatrar ou sair correndo. E como eu não sou mulher de correr da dor, deixo ela entrar as pouquinhos, esbugalhar meus sentidos, enfraquecer meu orgulho. Quando vejo, estou calada novamente, ouvindo o que você não diz e vendo o que você não faz. Apenas curtindo a limitação profunda e gigantesca da sua beleza esmagadora. Feliz em ser uma formiga que carrega milhões de plantas nas costas só para ver algum esforço meu alimentando você. Vai, faz o bico de burro quando alguém não compra a sua forma. Faz os olhos laterais pra me convidar pra mais uma das suas aparições. Faz o dentinho pra frente pra me pedir mais um pouco. Faz o silêncio pra ganhar de vez. De mim e do mundo. Não existe não morrer um pouco quando você chega. E de vez em quando tudo o que a gente quer é mesmo dar um tempo da vida.

25 de setembro de 2008

"É que eu nasci com o pé na estrada,
E a cabeça lá na Lua..."

24 de setembro de 2008

Não sei se estou perto ou longe demαis, se peguei o rumo certo ou errαdo. Sei αpenαs que sigo em frente, vivendo diαs iguαis de formα diferente. Já não cαminho mαis sozinhα, levo comigo cαdα recordαção, cαdα vivênciα, cαdα lição. E mesmo que tudo não αnde dα formα que eu gostαriα, sαber que já não sou α mesmα de ontem, me fαz perceber que vαleu a pena ...


Lembranças

mesmo sem autorização,

seu pensamento reapresenta um capítulo.

23 de setembro de 2008

é assim que as coisas são: você é jovem até que o tempo passa; você ama até não amar mais; você tenta até não poder mais; você ri até chorar, você chora até rir. e assim você vai respirando até dar o último suspiro. é assim que funciona: você procura dentro de você, você coleciona as coisas que você gosta e tenta amar as coisas que você colecionou. depois você pega o amor que você fez e tenta colocar no coração de outro alguém, que bombeia o sangue de outro alguém. e você vai de braço em braço, sem querer se machucar. e mesmo que você se machuque, você vai acabar fazendo tudo de novo. enquanto isso, você liga o rádio e escuta 'november rain', o solo é irritantemente longo, mas o refrão é legal. (♪)



"O menino do avião, pensei.O do ursinho de pelúcia. Onde estava o consolo de Rudy? Onde haveria alguém para aliviar esse roubo de sua vida? Quem o reconfortaria, ao se puxar o tapete debaixo de seus pés adormecidos?Ninguém.Havia apenas eu.E ñ sou muito boa nessa história de consolar, especialmente qd tenho as mãos frias e a cama é quente. Carreguei-o com delicadeza pela rua destroçada, com sal nos olhos e o coração mortalmente pesado. Observei por um instante o conteúdo de sua alma, e vi um menino pintado de preto, gritando o nome de Jesse Owens ao cruzar uma fila de chegada imaginária. Vi-o afundado até os quadris em água gelada, perseguindo um livro, e vi um garoto deitado na cama, imaginando que gosto teria um beijo de sua gloriosa vizinha do lado.Ele mexe comigo, esse garoto .Sempre. É sua úica desvantagem. Ele pisoteia meu coração. ELE ME FAZ CHORAR."
(A menina que roubava livros)



"O jornal caiu na mesa, mas as noticias lhe ficaram gravadas no peito"

A liberdade é um mistério,todo dia se decifratodo dia se
disfarça.A liberdade é só presente,não promete pro futuronão comete ter
saudade.A liberdade é traiçoeiraque nem amor de meninase amoita em cada
moitase
esquiva em cada esquina.A liberdade é vaidosa,quer cuidados e
desejosquer
escovas e limpeza.A liberdade é muito prosa,é azeite pelas
juntaspenteada e
caprichosa.

(Sobre a liberdade - Tom Zé)

Uma confusão de idéias que atrai e distrai.